Vivemos inúmeras experiências ao
longo da vida, e nesse processo, crescemos e amadurecemos. E à medida que
vivemos vamos criando uma visão específica e única sobre diversas áreas:
família, saúde, profissão, finanças, relações afetivas, entre outras. Esse processo
se inicia na infância e segue por toda vida.
O modo por
meio do qual percebemos, avaliamos e interagimos com as pessoas e com a vida, é
resultado de padrões mentais, que são crenças assimiladas que condicionam
nossas ações, decisões e escolhas, que nos impulsionam para uma vida saudável e
produtiva ou nos limitam.
Os padrões
mentais são consolidados na infância e, na maioria das vezes, fortalecidos e
mantidos por toda a vida. Um padrão mental se forma com a repetição constante
de situações, de pensamentos e de sentimentos.
No caso da
criança, sabe-se que família e escola são os primeiros ambientes sociais em que
elas interagem. Então, quando nesses ambientes uma criança ouve e percebe
constantemente que é amada e que é capaz de realizar aquilo que deseja, vai
crescer com autoconfiança, tornando-se um adulto realizado e de bem com a vida,
sabendo lidar de forma equilibrada com qualquer situação.
Só que as
crianças, como os adultos, também vivenciam situações emocionais difíceis ou
que geram sofrimento. Assim, uma criança ou um adolescente que tem vivências
não amorosas e que promovem a falta de confiança em si mesmos, pode se tornar
um adulto inseguro, com baixa autoestima, com dificuldade de relacionar-se com
as pessoas, com comportamentos competitivos ou agressivos.
Pessoas que
durante muitos anos ouvem que não sabem de nada e que não fazem nada direito
irão, ao longo do tempo, desenvolver um padrão mental de acordo com o que
ouviam, e suas atitudes, sejam elas mentais (pensamentos/sentimentos) ou comportamentais
serão compatíveis com esse padrão internalizado em suas mentes.
Assim, quem
foi tratado como alguém incapaz de aprender e entender as coisas (na escola, na
família, por exemplo) vai acreditar que não sabe, não entende e não consegue
aprender. Pode, inclusive, passar a vida com esse padrão mental limitando sua
existência e, mesmo que seja muito inteligente, vai sempre se sentir
incompetente e incapaz de obter sucesso no que deseja. Ainda mais, irá sempre
fazer escolhas que provem a si mesmo que não há como ser diferente.
Outro exemplo
muito comum é o de pessoas que têm dificuldades relacionais, seja nas relações
afetivas ou nas interações sociais. Elas, com certeza, vivenciaram situações
que as levaram a criar um padrão mental limitador nessa área. Pode ter sido o
exemplo que tiveram em suas famílias, algumas experiências marcantes e por
vezes traumáticas na infância ou adolescência, ou experiências na escola.
E você pode
estar se perguntando: por que mantemos um padrão mental limitador ao invés de
um padrão mental que nos traga a felicidade que tanto desejamos?
Isso acontece
por que nossa mente é neutra e aceita qualquer informação que chega até ela. A
mente não faz juízo crítico, e toma tudo ao pé da letra, aceitando todas as
informações, sejam positivas ou negativas. Então, quando uma criança ouve,
fala, pensa repetidamente algo ou vivencia determinadas situações (sejam boas
ou ruins, tanto faz) a mente aceita a informação. Assim, ela passa a ter
atitudes, a fazer escolhas e a viver situações que estejam de acordo com essa
visão de si mesma, da vida e das relações com as pessoas.
Então, se
você tiver alguma dificuldade em alguma área da sua vida saiba que há um padrão
mental limitador atuando nessa área. E se não prestamos atenção para modificar
esses padrões mentais limitadores, passamos pela vida repetindo situações das
quais não gostamos.
O lado bom de
entender como a mente funciona é saber que podemos modificar os padrões mentais
que nos movem na vida. Isso se dá pelo direcionamento consciente da sua mente
de forma a criar um novo padrão mental, trazendo para sua vida novos hábitos,
novas formas de pensar e de agir.
Para fazer
isso a auto-observação é fundamental, pois nos trará um
maior conhecimento de nós mesmos, de nossos sentimentos e reações diante de
diversas situações. Podemos conseguir aprender mais sobre nossos padrões
mentais limitadores por meio de leituras, conversas com amigos de
confiança, reflexões sobre a própria vida, por exemplo. Porém, nem sempre
apenas saber quais as crenças limitadoras que temos irá nos trazer uma vida
melhor. Em alguns casos é necessário buscar ajuda de um psicólogo, profissional
treinado em ajudar as pessoas a entenderem a si mesmas e a encontrar formas de
lidar de forma saudável com suas questões. E isso vale tanto para as crianças
quanto para os adultos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário