4 de abril de 2015

O que são padrões mentais e como interferem em nossas vidas


Vivemos inúmeras experiências ao longo da vida, e nesse processo, crescemos e amadurecemos. E à medida que vivemos vamos criando uma visão específica e única sobre diversas áreas: família, saúde, profissão, finanças, relações afetivas, entre outras. Esse processo se inicia na infância e segue por toda vida. 
O modo por meio do qual percebemos, avaliamos e interagimos com as pessoas e com a vida, é resultado de padrões mentais, que são crenças assimiladas que condicionam nossas ações, decisões e escolhas, que nos impulsionam para uma vida saudável e produtiva ou nos limitam. 
Os padrões mentais são consolidados na infância e, na maioria das vezes, fortalecidos e mantidos por toda a vida. Um padrão mental se forma com a repetição constante de situações, de pensamentos e de sentimentos. 
No caso da criança, sabe-se que família e escola são os primeiros ambientes sociais em que elas interagem. Então, quando nesses ambientes uma criança ouve e percebe constantemente que é amada e que é capaz de realizar aquilo que deseja, vai crescer com autoconfiança, tornando-se um adulto realizado e de bem com a vida, sabendo lidar de forma equilibrada com qualquer situação. 
Só que as crianças, como os adultos, também vivenciam situações emocionais difíceis ou que geram sofrimento. Assim, uma criança ou um adolescente que tem vivências não amorosas e que promovem a falta de confiança em si mesmos, pode se tornar um adulto inseguro, com baixa autoestima, com dificuldade de relacionar-se com as pessoas, com comportamentos competitivos ou agressivos. 
Pessoas que durante muitos anos ouvem que não sabem de nada e que não fazem nada direito irão, ao longo do tempo, desenvolver um padrão mental de acordo com o que ouviam, e suas atitudes, sejam elas mentais (pensamentos/sentimentos) ou comportamentais serão compatíveis com esse padrão internalizado em suas mentes. 
Assim, quem foi tratado como alguém incapaz de aprender e entender as coisas (na escola, na família, por exemplo) vai acreditar que não sabe, não entende e não consegue aprender. Pode, inclusive, passar a vida com esse padrão mental limitando sua existência e, mesmo que seja muito inteligente, vai sempre se sentir incompetente e incapaz de obter sucesso no que deseja. Ainda mais, irá sempre fazer escolhas que provem a si mesmo que não há como ser diferente. 
Outro exemplo muito comum é o de pessoas que têm dificuldades relacionais, seja nas relações afetivas ou nas interações sociais. Elas, com certeza, vivenciaram situações que as levaram a criar um padrão mental limitador nessa área. Pode ter sido o exemplo que tiveram em suas famílias, algumas experiências marcantes e por vezes traumáticas na infância ou adolescência, ou experiências na escola. 
E você pode estar se perguntando: por que mantemos um padrão mental limitador ao invés de um padrão mental que nos traga a felicidade que tanto desejamos? 
Isso acontece por que nossa mente é neutra e aceita qualquer informação que chega até ela. A mente não faz juízo crítico, e toma tudo ao pé da letra, aceitando todas as informações, sejam positivas ou negativas. Então, quando uma criança ouve, fala, pensa repetidamente algo ou vivencia determinadas situações (sejam boas ou ruins, tanto faz) a mente aceita a informação. Assim, ela passa a ter atitudes, a fazer escolhas e a viver situações que estejam de acordo com essa visão de si mesma, da vida e das relações com as pessoas. 
Então, se você tiver alguma dificuldade em alguma área da sua vida saiba que há um padrão mental limitador atuando nessa área. E se não prestamos atenção para modificar esses padrões mentais limitadores, passamos pela vida repetindo situações das quais não gostamos. 
O lado bom de entender como a mente funciona é saber que podemos modificar os padrões mentais que nos movem na vida. Isso se dá pelo direcionamento consciente da sua mente de forma a criar um novo padrão mental, trazendo para sua vida novos hábitos, novas formas de pensar e de agir. 
Para fazer isso  a auto-observação é fundamental, pois nos trará um maior conhecimento de nós mesmos, de nossos sentimentos e reações diante de diversas situações. Podemos conseguir aprender mais sobre nossos padrões mentais limitadores por meio de leituras, conversas com amigos de confiança, reflexões sobre a própria vida, por exemplo. Porém, nem sempre apenas saber quais as crenças limitadoras que temos irá nos trazer uma vida melhor. Em alguns casos é necessário buscar ajuda de um psicólogo, profissional treinado em ajudar as pessoas a entenderem a si mesmas e a encontrar formas de lidar de forma saudável com suas questões. E isso vale tanto para as crianças quanto para os adultos.

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